LITERATURA E EXPERIÊNCIA HISTÓRICA EM DE RIOS VELHOS E GUERRILHEIROS: O LIVRO DOS GUERRILHEIROS, DE JOSÉ LUANDINO VIEIRA

Autores

  • Marcelo de Andrade Duarte Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
  • Aulus Mandagará Martins Universidade Federal de Pelotas

Palavras-chave:

Literatura. História. Memória. O livro dos guerrilheiros. Luandino.

Resumo

Este trabalho visa, com ênfase nos estudos comparatistas, especificamente no entrecruzamento de literatura e história (RICOEUR, 2010), analisar como Vieira, por meio da voz do ex-guerrilheiro – Kene Vua –, repensa e recria fatos históricos do passado de guerras de Angola. Para isso, teremos como corpus privilegiado o romance De rios velhos e guerrilheiros: O livro dos guerrilheiros, em que o já citado narrador realiza, através de memórias fragmentadas, uma reavaliação do colonialismo, repensando passado e presente angolanos. Durante tal romance, Luandino expõe a fronteira tênue que existe entre literatura e história, pois se utiliza de paratextos, notas autorais, em que se coloca no romance afirmando como se todas as “estórias” ali narradas fossem verdades contadas a ele por Kene Vua.

 

DOI: 10.18304/1984-6614/scripta.alumni.n14p92-109

 

Biografia do Autor

Marcelo de Andrade Duarte, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Doutorando em Teoria da Literatura - PUCRS

Aulus Mandagará Martins, Universidade Federal de Pelotas

É professor associado do Centro de Letras e Comunicação da Universidade Federal de Pelotas, exercendo atividades de docência em graduação e pós-graduação. É professor-orientador do Programa de Pós-Graduação em Letras (Área de Literatura Comparada).

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Publicado

2015-12-14

Edição

Seção

Arte/fato